quinta-feira, abril 28, 2011

Republicação do Blog "Grade Ponto"

O Vale Verde do Ceará-Mirim

Mercado do Café

Textos: Alexandro Gurgel
Fotos: Hugo Macêdo

“Nos primeiros tempos da colonização, Estremoz, com seu colégio Jezuítas, onde se educou o grande índio Poti, e sua lagoa povoada de lendas, era o ponto mais avançado no caminho que ia a capital. Pouco adiante do taboleiro, era a mata virgem e misteriosa donde não mais voltavam muitos que nela penetracem. O nome Boca da Mata, como era denominado a região que é hoje o Ceará-Mirim, das terras ubertosas e dos extremos canaviais, infundia certo pavor”. (Manoel Dantas, in “Homens de Outrora”, Editora Sebo Vermelho. Natal, RN, 2001).

No século XVII, quando os portugueses chegaram oficialmente ao Vale do Ceará-Mirim, os índios Potiguares, chefiados por Felipe Camarão, o índio Poti, já habitavam a localidade de Guajiru, as margens do Rio Pequeno, hoje Rio Ceará-Mirim. Logo após a saída dos padres jesuítas, os índios negociaram suas terras com os colonizadores portugueses, os quais utilizaram o trabalho escravo para desenvolverem a economia do lugar, através do plantio de cana-de-açúcar.
O Vale prosperou e cresceu a partir da produção canavieira e, durante a fase patriarcal e escravocrata do açúcar, tornou-se referência de ostentação e de muito luxo, tendo seus senhores de engenhos possuindo carruagens forradas com seda e promovendo pomposas festas para a aristocracia nos salões dos seus Casarões.
Ceará Mirim teve sua origem ligada à criação da primeira Vila do Rio Grande do Norte, a Vila de Estremoz, sucedânea da antiga Aldeia de São Miguel do Guajirú, que foi suprimida por Ordem Régia do rei de Portugal, Dom José I, datada de 3 de setembro de 1759. A Vila Nova de Estremoz foi instalada no dia 3 de maio de 1760.
Ceará Mirim, que na época chamava-se Boca da Mata e pertencia a Estremoz, passou a ser sede do município em 18 de agosto de 1855, sendo chamada Vila de Ceará Mirim. A vila recebeu foros de cidade em 9 de junho de 1882, pela Lei número 837.
De acordo com Luís da Câmara Cascudo, a origem do nome da cidade é dada pela “Seara, várzea do Seara”, rio mencionado pelo historiador no livro “Nomes da Terra”, Sebo Vermelho Edições, que tinha sua nascente entre Lajes e Angicos, atravessando os municípios de João Câmara e Taipu, despejando no mar na Barra de Inácio de Góis. A tradução do vocábulo “Ceará”, segundo o escritor José de Alencar é “fala ou canto do papagaio”.
“No Vale cobriu-se de canaviais e, sede de rico patriarcado agrícola e industrial, com elegância e poderio econômico, Ceará-Mirim tornou-se um dos primeiros municípios da Província do Estado”, escreveu Câmara Cascudo.
O município está localizado a 33 km de Natal, na região do Mato Grande. A cidade preserva alguns casarios do início do século XIX, construídos no auge da produção açucareira.
A economia local continua tendo como grande referencial os produtos agrícolas, com destaque para a produção de cana-de-açúcar, banana, goiaba e mamão. O vale também oferece uma variedade de produtos como a avicultura, o pescado, produção de rapadura e o turismo. O artesanato é representado por vasos de argila e peças ornamentais de cerâmica, abundantes na região.
No folclore, destacam-se os Caboclinhos do Ceará Mirim, que desde o ano de 1952 apresentam-se para o povo. É também Ceará Mirim o município onde existe o maior número de lendas. Entre elas, destaca-se “O Porão e a Lenda da Cabeça”.
A tradicional festa da padroeira da cidade, Nossa Senhora da Conceição, acontece entre os dias 28 de novembro ao dia 8 de dezembro, com extensa programação cultural, religiosa e festiva.
 
Solar dos Antunes
Casarios contam a história

O Solar Antunes é um imponente casarão no centro da cidade, foi construído em 1888, em estilo colonial, pertenceu à família Antunes e foi doado por Rui Pereira Júnior, seu último herdeiro, para ser a sede da Prefeitura Municipal.
Iniciada pelo Frei Ibiapina, a Matriz de Nossa Senhora da Conceição, levou longos 40 anos para ser construída. Atualmente, a igreja é considerada um dos maiores templos religiosos do Rio Grande do Norte.
Reformado recentemente pela Prefeitura Municipal, o Mercado do Café é o marco de uma economia ativa e próspera durante o ciclo canavieiro. Construído por volta de 1880, o mercado era um grande entreposto para a comercialização dos produtos da cana de açúcar (rapadura, mel, álcool, açúcar, melaço e aguardente).
Inaugurada em 1906, a Estação Ferroviária de Ceará-Mirim integra a população cearamirinense com a capital do Estado. Nos seus vagões, o tem trazia novos comerciantes para a cidade e levava a produção do Vale para Natal.

Engenho Mucuripe
Os Engenhos do Vale
A paisagem bucólica, entre verdes canaviais, palmeiras imperiais e frondosas mangueiras, esconde verdadeiros tesouros históricos. Dezenas de Engenhos, alguns em ruínas e no completo abandono, outros intactos e preservados, formam a “Rota dos Engenhos”, projeto turístico da prefeitura de Ceará-Mirim.
O Museu Nilo Pereira, antiga Casa Grande do Engenho Guaporé, construído em 1850, é de grande importância para a história do RN. Uma das razões é que abrigou o governador da Província, Vicente Inácio Pereira, por volta de 1860. Completamente entregue às traças e morcegos, o Museu Nilo Pereira pertence à Fundação José Augusto, que usa o lugar como depósito.
Na propriedade onde existiu o Engenho Santa Theresa, cuja lembrança é uma enorme chaminé que resistiu ao tempo e permanece de pé, há uma nascente de água cristalina, chamada de “Banho das Escravas”. Como o nome sugere, era o local onde as escravas se banhavam e lavavam as roupas dos seus senhores.
Algumas edificações estão completamente em ruínas, deixando a mostra suas paredes de tijolos duplos, expondo toda a imponência de outras épocas. O velho Engenho Carnaubal, o primeiro do Vale, construído em 1840, oferece ao visitante uma referência da grandeza da arquitetura usada pelos Barões do Açúcar. O engenho Ilha Bela, construído em 1888 pelo Coronel José Felix da Silveira Varela, também está em pleno estado de ruínas.
A terra do Engenho Verde Nasce guarda uma das maiores curiosidades do Vale: o “Túmulo de Emma”. Uma construção onde foi sepultada uma inglesa chamada Emma. Conta a lenda do lugar, que o jovem Victor Barroca, filho do proprietário do engenho Verde Nasce, Marcelo Barroca, foi estudar na Inglaterra e casou-se com uma moça inglesa, vindo morar no engenho.
Ao acompanhar o marido, Emma não resistiu ao clima e faleceu em 1881 (data da lápide). Naquele tempo, a Igreja Católica não permitiu o sepultamento num cemitério, uma vez que sua religião era Anglicana. Seu esposo mandou construir o túmulo no alto de uma colina – local onde o casal costumava passar as tardes – rendendo todas as homenagens possíveis.
A preservação do Patrimônio Histórico está garantida pela conservação de alguns engenhos, uns continuam fechados, mas outros estão em pleno funcionamento. O Engenho Mucuripe, fundado em 1935 por Rui Pereira, o mais antigo em atividade na região, produz anualmente rapadura de boa qualidade, mel e açúcar mascavo.
A Casa Grande do Engenho São Francisco, onde hoje funciona o escritório da Usina Açucareira do Vale do Ceará Mirim, foi residência do Barão do Ceará Mirim. Construído no final do século XVIII, em estilo colonial, o casarão resiste ao tempo e preserva seus traços da arquitetura portuguesa.
Uma gôndola decora a praça do Parque da Cidade, construída em homenagem a cidade portuguesa de Vagos, co-irmã de Ceará-Mirim. O Parque da Cidade é um terminal turístico, com uma infra-estrutura pronta para atender o visitante.
Dentro de uma visão de interiorização do turismo e a diversificação de roteiros culturais, a “Rota dos Engenhos” é uma alternativa cultural, com gosto de aventura histórica, oferecida pelos verdes canaviais do Vale do Ceará-Mirim.

GRUPO PEDUBREU ORGULHOSAMENTE


 “2° CULTIVANDO ARTE – EDIÇÃO ESPECIAL”

TEATRO MUNICIPAL POTI CAVALCANTÍ

ALEXANDRE CAVALCANTI

sábado, 30 de abril • 19:00 - 22:00

SÃO GONÇALO DO AMARANTE - RN


segunda-feira, abril 11, 2011

Pedro Simões me Homenageou!!!


TODOS CANTAM SUA TERRA, TAMBÉM VOU CANTAR A MINHA. - Domingo de sol aqui em Natal, galo de campina ciscando no meu jardim, o cachorrinho de minha filha correndo atrás de uma lagartixa. Paz de cidade de interior, lembrei-me de Ceará-Mirim. E é com orgulho que apresento aos amigos e às amigas do FB, o ator Cearamirinense MÚCIO VICENTE, phd em folclore, ator de textos da cultura popular, cordelista, "performer", artista sensível e culto, hoje cidadão que cruzou os limites do verde vale e encheu a medida do talento em todo o estado.

 Geralda Efigenia tive o prazer de assistir sua atividade artistica no sarau de Ceicinha, vou postar a foto dele aqui para vc passar para ele.

Marcos Câmara Câmara O Múcio é um grande artista. Era, pra estar na glôbo! Ele é fantástico.

 Ilna Rosado Amei, Pedro. Bem bucólico. Tem gosto de infância. 

Vera Mirtis concordo plenamente com vc, ta ai alguem que merece todo o meu reconhecimento.

domingo, abril 10, 2011

CONSTRUÇÃO DO TEATRO MUNICIPAL DE PARNAMIRIM


Naur Ferreira, secretário de Obras de Parnamirim, que vem mostrando um bom volume de obras naquele município confirmou que a prefeitura vai iniciar a construção do Teatro Municipal de Parnamirim e - por meio de recursos do PAC -, três novas creches para o município. 
“A construção do teatro é um anseio antigo da população de Parnamirim e um desejo do prefeito Maurício Marques, para valorizar a produção cultural da cidade”, disse o secretário.
O secretário da Semop vem realizando uma ação conjunta nos bairros, juntamente com outras secretarias, para resolver problemas de drenagem, pavimentação , saúde pública, educação, assistência social, esporte, etc.
 Obras
A sua gestão frente à pasta de obras já realizou diversas ações, entre elas a construção de cinco escolas municipais, dois centros infantis, três postos de saúde, uma Unidade de Pronto Atendimento, Complexo Centro Clinico Doutor Sadi Mendes, pavimentação de 200 ruas pelo método bripar em diversos bairros, recuperação das lagoas de captação do Araguaia e Emaús, construção de dois pontilhões sobre o Riacho Vermelho, recuperação e ampliação da lagoa de captação de Parque das Orquídeas, com implantação de caminhodromo, equipamento de ginástica e recuperação de quadra poliesportiva, construção da Central de Atendimento Social, recuperação da estrutura física dos centros poliesportivos e a construção de 46 unidades habitacionais, patrão popular na comunidade de Moita Verde.
“Estamos com várias obras importantes para o município em fase de execução”, informou. “Dentre elas a construção da lagoa de captação da Petra Kelly, com implantação de drenagem de águas pluviais da bacia, pavimentação, caminhodromo em volta da lagoa e equipamento de ginástica, Programa Banheiro Legal, construção de banheiros em unidades habitacionais desprovidas de banheiros, construção da praça do mercado velho e Praça do Dia-Dia, construção de três Unidades Básicas de Saúde (Nova Parnamirim, Liberdade e Parque das Orquídeas e recuperação e manutenção da estrutura física das escolas municipais e centros infantis”, concluiu Naur Ferreira.

quarta-feira, abril 06, 2011

CEARÁ – MIRIM TEM UM PAPA DE VERDADE!


Seu nome Sales Barbalho Bezerra, Popularmente conhecido como PAPA-DEFUNTO. Homem simples, brincalhão e muito conhecido o mesmo vive preocupado com o futuro dos nossos jovens em meio às drogas e a prostituição infantil que assola o nosso município.

“Sinto saudade dos tempos que não existia tanta morte com arma de fogo, quando a maior arma era a faca, hoje menino desfila com revolver na cintura, escopeta nas mãos matando pais de famílias sem nem um remorso e ai de quem reclamar”.

67 Anos de Idade, não tem esposa nem filhos, o mesmo aos 17 anos deu início aos trabalhos como correnteiro na estação do município, trabalhando para os fiscais do imposto de renda, ganhava uma micharia, mas logo em seguida passou a ser vigia melhorando um pouco suas condições financeiras.
O nosso entrevistado sempre teve uma obsessão por velórios nunca perdeu um e julga como mais importante de todos, o do Sr. Joca Miranda, para ele Ceará – Mirim já teve muitos homens de nos causar orgulho hoje ainda existem, mas em números bastante reduzidos. Sales acha que essa ideia de participar de velórios não foi coisa da cabeça dele não e que desde pequeno que ele tem como doutrina a visita aos mortos inconscientemente.

“Já vi muita gente morta, mas tive que pagar um preço muito alto por isso, embora sabendo que esse é o meu oficio aqui na terra na maioria das noites me vejo aperreado com eles, alguns me oferecem botija com dinheiro, mas eu não quero! outro dia me ofereceram uma botija na rua grande eu não quis com dois dias depois uma casa nessa mesma rua amanheceu com um buraco no piso”.   

Ao entrevista-lo presenciei um cidadão que passava pelo local e o indagou “Sales quem morreu hoje?”. Pelo que eu pude perceber  durante a nossa conversa é que ele gosta muito de ajudar as pessoas necessitadas e pude confirmar quando perguntei se ele tinha um sonho, então ele respondeu que sim seu maior sonho era ter condições de ajudar as famílias da nossa cidade.

“Gostaria muito que deus me ajudasse pra eu ajudar meus colegas, ganho muito pouco com a minha aposentadoria, mas sempre que posso compro um biscoito, um feijão, uma carne, um arroz e levo praquelas pessoas que eu sei que passam uma situação feroz”.  

Segundo Sales me contou que faz dois anos que Carlinho Sobral lhe perguntou quantas lembranças de defuntos ele colecionava e a resposta foi que já passava de 3.000 (Três Mil).
         Procurei saber se por acaso ele foi proibido de frequentar algum velório, ele respondeu que isso nunca aconteceu muito pelo contrário, fui sempre bem recebido.
Pedi pra que ele deixasse uma frase para os nossos leitores.

“nunca desperdice seu tempo com nada ele é muito valioso e não tem volta, pois nesta vida tudo passa”.

A partir de agora você começa a conhecer outro Sales, quantas pessoas agente fere com brincadeiras e acha que tudo fica bem sem ao menos conhecermos seu interior?...
Sales provou pra gente que tem uma missão aqui na terra, missão essa que nem um de nós gostaria de ter, precisamos respeitar os nossos irmãos independentemente de sua cor, raça, posição política partidária e ou religião.
Obrigado pela atenção e até a próxima.