terça-feira, julho 20, 2010

Alecrim ganha cinema com sessões gratuitas

Voltado para o cinema brasileiro, espaço vai exibir "Jesuíno Brilhante - O Cangaceiro" e "Elino Julião" nesta quinta-feira.

Por Isabela Santos
O bairro Alecrim agora tem um cinema. Na avenida 4, Presidente Sarmento, por trás do Mercado da 6, o Cine Alecrim chega à sua segunda sessão nesta quinta-feira (1°), exibindo Jesuíno Brilhante – O Cangaceiro, de William Cobbet, e o documentário Elino Julião, de Diogo Moreno, que participará de debate sobre o cinema brasileiro.

As sessões são gratuitas e de acordo com o presidente da Associação Brasileira de Documentaristas e Curtas-metragistas ABD-RN, Carlos Tourinho, o projeto é apoiado pelo Programa Cine Mais Cultura do Ministério da Cultura e será realizado todas as quintas-feiras.

“Vamos poder exibir filmes nacionais, sempre com a presença de um diretor local para discutir cinema a fim de resgatar esse tipo de público”, disse, ao anunciar a parceria da Programadora Brasil.

O espaço utilizado é o quintal do Centro Comunitário do Alecrim. “Atrás dessa casa tem uma área muito grande. Projetamos na própria parede. É a Sessão Paredão. Havendo chuvas, vamos projetar em alguma sala, que comporta até 80 pessoas”.

A equipe organizadora espera que o público aumente a cada edição. Segundo Tourinho, o Cine precisa de mais divulgação e para isto, contará com a ajuda da Fundação Cultural Capitania das Artes (Funcarte), que também promete restaurar a casa, através de um convênio.

Projetor, multimídia, caixas de som, mixer, microfone sem fio, aparelho de DVD e filmes foram garantidos pelo Governo Federal.

Quem tiver documentário ou curta-metrage e desejar exibi-lo no Paredão, pode entrar em contato com Tourinho, pelo e-mail carlostourinho1@hotmail.com.

O início do Cine Alecrim marca ainda os dez anos da presença da Associação Brasileira de Documentaristas e Curtas-metragistas no Estado. As comemorações incluem ainda o apoio ao FestNatal e a realização de uma mostra de cinema nacional, prevista para agosto, com oficinas gratuitas.

Sobre Jesuino Brilhante o Cangaceiro
O bangue-bangue nordestino retrata a história de Jesuíno Alves de Melo Calado, mais conhecido por Jesuíno Brilhante, nascido na cidade de Patu, no sítio Tuiuiú, em 1844. Filho da aristocracia rural sertaneja, em 1871 entrou no cangaço por vingança.

O cangaceiro transformou-se em um tipo de ‘Robin Hood‘ nacional, intervindo em prol dos humildes em diversas oportunidades, com ênfase quando da grande sêca de 1877-1879, quando atacou os comboios de víveres enviados pelo governo imperial, para depois distribuí-los entre os famintos e desvalidos dos sertões ermos e esquecidos.

O filme foi produzido com pouco dinheiro e muita força de vontade. O encarregado da alimentação foi apelidado de ministro da fome, pois cada dia era uma batalha para providenciar a comida para toda a equipe. Outro detalhe interessante é que Wiliiam Cobbet, o diretor, pertencia ao partido comunista e teve que sair escondido logo após o golpe militar de 64.

Em 1972, quando estavam fazendo o filme, ele foi até a polícia para solicitar algumas armas para as filmagens. Ao levantarem seus dados de identificação, os policiais questionaram sobre sua “situação irregular”. Mas, graças à intervenção do então governador Cortez Pereira que estava apoiando o filme, William não foi preso, e conseguiu as armas que precisava.
http://www.nominuto.com/vida/cinema/alecrim-ganha-cinema-com-sessoes-gratuitas/55854/

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